A tão esperada explosão do mercado imobiliário está prestes a acontecer. Durante muitos anos, outros países emergentes, como o México, desenvolveram e beneficiaram-se de seus mercados imobiliários, enquanto o Brasil aguardava a queda dos juros a patamares minimamente civilizados e o estabelecimento de leis que dessem alguma segurança a investimentos no ramo como pré-condição para o Big Bang da construção. “Estamos começando o ano com esse boom em vista”, afirma Fabio Nogueira, da Brazilian Mortgages. “É iminente, a curva está ascendente”, diz. Mais que a palavra de um especialista, são as condições macroeconômicas que confirmam esse cenário. E, claro, as boas opções de investimento encontradas no setor. Já há oportunidades em todos os campos e para quase todos os bolsos. As mais desenvolvidas são fundos imobiliários e ações de construtoras e incorporadoras.

Com as quedas da taxa de juros e do risco cambial, o País próximo de obter o esperado investment grade e melhores condições tributárias para negócios imobiliários, o investidor pessoa física tem os Fundos de Investimento Imobiliários (cuja sigla é FII) como boa alternativa de diversificação de carteira, com possibilidade satisfatória de retorno. Para entrar em um fundo desses, não é preciso dispor de grandes quantias, como quando se decide pela compra de um imóvel. Além disso, trocar a compra de um imóvel por uma cota de um fundo elimina as dores de cabeça com a administração do dia-a-dia do negócio. E os fundos oferecem maior liquidez, melhor ganho de capital e transparência de gestão, além da possibilidade de acompanhar de perto o que se passa no mercado. “É possível participar de grandes empreendimentos e aproveitar os movimentos dos maiores investidores, mesmo sendo pequeno”, observa Alberto Horn, do banco Banif. Há, também, a isenção da mordida do leão, com a aprovação da MP do Bem no final de 2005, que deixou os fundos imobiliários mais atrativos que os títulos públicos.

A demanda crescente por esses ativos provocou uma certa escassez no mercado. Está mais fácil vender do que comprar cotas em fundos imobiliários – o que pode dificultar a entrada, mas reduz o risco de se “micar” com esses papéis na mão. De qualquer modo, há novos fundos de imóveis na iminência de juntarem-se aos 63 já registrados na CVM, com patrimônio médio de R$ 44 milhões cada um. As opções também são crescentes na bolsa, graças à animada temporada de aberturas de capital de empresas do ramo em 2006. Já estão listadas na Bovespa, com captação próxima a R$ 5 bilhões, Abyara, Brascan, Company, Cyrela, Gafisa, Klabin Segall, Lopes, Rossi e São Carlos Empreendimentos. No momento, estão em análise os IPOs de companhias de peso deste setor, como Camargo Corrêa e Tecnisa.

Ao longo de 2007, o mercado imobiliário deverá passar a um novo patamar de aquecimento, com a entrada de grandes investidores no setor. Só nos últimos dois meses, os grupos GP, São Carlos, Bracor e WTorre anunciaram investimentos que somam R$ 800 milhões em imóveis comerciais. A hora de entrar no jogo, tudo indica, é agora.

Fonte: Isto É Dinheiro - 07/01/2007