A busca por apartamentos com valor mais acessível tem estimulado as construtoras a investirem em metragens menores. A tendência, porém, segue um contexto maior.

Além de Maringá ser uma cidade que recebe muitos estudantes, a gerente de lançamentos da imobiliária Sílvio Iwata, Thaís Lie Romão Iwata, cita que cada vez mais jovens casais e pessoas que moram sozinhas ou apenas com um amigo ou parente buscam segurança e facilidade para a faxina do imóvel.

“Geralmente passam a maior parte do dia no trabalho e tem pouco tempo para cuidar do imóvel”, diz.

O delegado do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci/PR), em Maringá, Márcio Becchi, também observa que uma cultura da região é buscar a segunda renda em imóveis.

“Muitos olham mais à frente e tentam garantir até a aposentadoria, por isso, em vez de uma casa grande, muitos preferem comprar três apartamentos pequenos, um para morar e os outros dois para alugar”, afirma.

Outra observação de Becchi é que há cerca de dez anos foram realizadas mudanças na lei municipal que determina as diretrizes das obras. “Antes os prédios podiam ser construídos na divisa do terreno, agora precisam de recuo”, cita.

Como o tamanho dos terrenos, em média, não muda, o imobiliarista explica que a metragem dos prédios tiveram de ser reduzidas. “Diante de tantos fatores, considero essa tendência como uma questão natural de mercado”, resume.

Mesmo com toda essa movimentação, uma curiosidade é o fato de apartamentos com dois dormitórios, sendo uma suíte, estar em falta em Maringá.

A explicação para isso, segundo o delegado, está no custo-benefício. “Compensa mais já fazer três dormitórios, porque de qualquer maneira vai ter dois banheiros, porque precisa ter o social”, argumenta. Por isso, geralmente são construídos imóveis com um dormitório com suíte ou dois sem

Aluguel por prestação
Foi exatamente nesse padrão de dois dormitórios sem suíte (com sala/copa e cozinha/lavanderia conjugados) que a funcionária pública Maria Aparecida Ferreira Costa encontrou para morar com a filha.

Ela conta que antes de ficar grávida morava em uma casa grande, mas a proprietária solicitou o imóvel. “Fui morar na edícula de uma vizinha”, lembra. Nessa situação provisória, Maria decidiu comprar um imóvel para trocar o aluguel pela prestação de um financiamento.

“Encontrei um apartamento com dois dormitórios e um com três, escolhi o primeiro e deixei o outro para uma amiga que tem mais filhos”, comenta, acrescentando que o valor ficou acessível.

Além do preço, Maria comenta que a vantagem de o apartamento ser pequeno é ter pouco espaço para limpar. “Eu e minha filha trabalhamos fora, o fato de ser pequeno facilita para a gente”, declara.

Mercado
Para saber se o imóvel é considerado grande ou pequeno, Becchi explica que a avaliação é feita por quantidade de dormitórios e vagas na garagem.

Segundo ele, se o apartamento tiver três dormitórios e duas vagas na garagem é considerado grande e com três vagas é de alto padrão. Já dois dormitórios com uma vaga de estacionamento ou quitinete (com ou sem vaga) são pequenos.

Mobília
Imóveis semimobiliados é outra tendência citada por Becchi. O objetivo das construtoras, segundo ele, é otimizar espaços ao incluir móveis e eletrodomésticos como pia, fogão, armários, box de banheiro, entre outros.


O diário Online
Graziela Castilho
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