Em dias atípicos, como foi a semana passada, em que a chuva quase não deu trégua em pleno mês considerado o mais seco do ano, segundo a Estação Climatológica da Universidade Estadual de Maringá, a reflexão sustentável sobre o aproveitamento da água se torna praticamente inevitável.

Além da consciência ambiental, as novas tecnologias e a garantia de economia na conta de água da rede pública e, por consequência, do esgoto, tem impulsionado o aumento da procura por sistemas de aproveitamento da água.

“Apesar disso, há aqueles que esbarram no custo”, lamenta o diretor de processos da Hidrobrasil, Elisandro Luiz Marcatto. Mesmo assim, ele afirma que essa mentalidade está mudando, visto que o investimento é recuperado em aproximadamente 24 meses diante da estimativa de economia mensal de até 80% na conta mensal de água. Tudo, porém, depende do tipo de projeto implantado. “As pessoas começaram a perceber que a vantagem é tanto para o meio ambiente quanto para o bolso”.
Marcatto traz ainda uma previsão de ânimo ao comentar que a tendência é de barateamento do sistema. Ele também explica que a recomendação é implantar o equipamento durante a construção do imóvel, porque é mais adequado e pode ficar até mais em conta. “Nos imóveis prontos conseguimos implantar a tecnologia em 90% dos casos, mas é preciso avaliação e geralmente se utiliza projeto mais simples”.


Novas tecnologias

Diferente das cisternas pré-moldadas oferecidas pelo mercado, Marcatto informa que a Hidrobrasil pesquisa e desenvolve tecnologias e, por isso, já oferece o sistema sob medida e com possibilidade de ampliação de capacidade.

“Também utilizamos o polipropileno, material termoplástico de engenharia que é altamente resistente e com aditivos ultravioleta, que garantem maior durabilidade se o equipamento ficar exposto ao sol”, diz.

Ele explica que a tecnologia de aproveitamento de água de chuva mais simples é por calha, que precisa periodicamente de limpeza.

Já para deixar a água menos mal cheirosa e com maior tempo de armazenagem (de um a três meses) existem sistemas com bombas dosadoras que liberam quantidades determinadas de cloro a fim de matar as bactérias.

A adição desse produto químico, explica o diretor da Hidrobrasil, torna a água da chuva própria para lavar roupa. “Essa já é uma prática permitida e como é uma água que não tem concentração de sais, limpa melhor os tecidos”.

Há ainda outro sistema que faz o aproveitamento de água de lavanderia, chuveiro e lavatório. Nesse caso, Marcatto esclarece que o líquido precisa passar por correção de PH e desinfecção. O método é novo no mercado e já começa a ganhar visibilidade.

Exemplo disso é um shopping que será construído na região. De acordo com o diretor, no empreendimento vai ser implantado tanto o sistema de aproveitamento de água de chuva quanto o de lavanderia, chuveiro e lavatório. Com isso, a estimativa é atingir 90% de aproveitamento de água nesse processo.

Para quem pode investir um pouco mais, Marcatto cita que hoje também já existe sistema semiautomático ou automático. Com essa tecnologia, é possível saber a quantidade de água que o equipamento recupera da chuva, o volume que está sendo utilizado tanto da chuva como da rede e o quanto é desperdiçado.
 
Fonte: Jornal O Diário Maringá
Graziela Castilho
http://www.odiariomaringa.com.br/noticia/224083/